Imagem de apresentação de Quando a Bela Vista volta a abrir as suas portas: Meo Kalorama
Years & Years / Ana Ribeiro

Quando a Bela Vista volta a abrir as suas portas: Meo Kalorama

O Parque da Bela Vista recebe durante três dias e com um recinto mais reduzido, um leque de artistas entre o rock e o alternativo. Para tal, são vários os nomes na ementa: James Blake, Arctic Monkeys, Disclosure, Ornatos Violeta, Chet Faker, Years & Years, The Chemical Brothers e muitos mais.

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Sofia Felgueiras
Jornalista
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Ana Ribeiro
Fotógrafo
Sexta-feira, 2 de Setembro de 2022, às 08:14

Novo festival, mas uma já tão conhecida casa. O Parque da Bela Vista recebe durante três dias e com um recinto mais reduzido um leque de artistas entre o rock e o alternativo. 

Com o verão na recta final, sabe sempre bem aquele festival para encerrar em grande, tipo a sobremesa depois de um bom jantar. Para tal, são vários os nomes na ementa: James Blake, Arctic Monkeys, Disclosure, Ornatos Violeta, Chet FakerYears & Years, The Chemical Brothers e muitos outros. 

Quando entramos no recinto fica difícil não termos aquele momento de throwback que nos conduz ao Rock in Rio e à dúvida sobre onde está afinal a roda gigante? Mas, aqui o foco é outro. Esta estreia no mundo dos festivais traz consigo um foco absoluto na música. 

Para o arranque contámos com James Blake, muito feliz por ver o mundo normal novamente. Um concerto em que prometeu aos fãs que poderiam contar com um pouco de tudo. E se não contaram! Desde o registo mais intimista ao estilo de abanar o capacete festivaleiro, indo de "Life Round Here" a "Voyeur". Com as várias passagens pelo público lusitano, a confiança e entrega é cada vez maior. 

Também os Bomba Estéreo vieram com tudo! E o público viu-se obrigado a dançar, quase que hipnotizado pelas cores da penugem exótica do outfit que claramente se destacava e pelo som electrónico que atraía qualquer um. 

Mas, na realidade, um grande momento foi poder aproveitar a voz única de Olly Alexander. Sempre irreverente, mostrou adorar o público português e estar muito feliz com o regresso após cinco anos. Num espetáculo de luzes e néons, entre danças intensas e sensuais, não faltaram os êxitos que as pessoas queriam ouvir: "Desire", "Shine" e "King". 

Os arranjos estavam tão bem conseguidos que ficava difícil adivinhar a música que ia entrar, mas tudo vale a pena para ouvir a maravilhosa transformação que foi feita a "It's a Sin", provando uma vez mais o enorme carisma que esta banda tem. 

Com um arranque enérgico, mas em bom, fica no ar a curiosidade para o que aí vem nos próximos dias, num recinto onde há espaço para criar memórias de concertos épicos.