NOS Alive 2022: um regresso muito aguardado, mas com alguns contratempos
Quem é o festivaleiro que não deseja com ansiedade a mixórdia de bandas tão conhecida de todos os verões no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras? O Nos Alive regressa com um cartaz promissor e com algumas novidades.
Jungle, Mallu Magalhães, The War on Drugs e a aguardada estreia de Stromae em Portugal. Um dia com todos os ingredientes para correr bem, até se saber do cancelamento de Clairo, por problemas com o transporte aéreo, e dos Glass Animals, que iriam atuar no segundo dia de festival.
Por comparação a anteriores edições, o recinto começou por se apresentar mais vazio e com menos energia nas primeiras horas. No entanto, Mallu Magalhães deu o pontapé de saída, no Palco NOS, para uma tarde onde o calor se fazia sentir e que já cheira a verão.
Com simpatia e empatia pelo público, acabou por partilhar a felicidade e agradecimento por fazer parte desta edição, por poder contar com a presença da sua filha e ainda por haver pessoas na plateia que não falavam nem compreendiam português, mas mesmo assim não deixavam de estar ali e vibrar ao ritmo da boa disposição. Afinal de contas, quem não gosta de um "Sambinha Bom"?
Ao falar com alguns fãs deste festival é fácil perceber que já não é apenas pelo cartaz que marcam presença, mas por toda a vibe e diversidade de atividades que há no recinto. Neste sentido, é justa a referência ao concerto de Cuca Roseta no Fado Café da EDP e o Palco Comédia com o Tio Jel.
Para Afonso Matos, de 29 anos, que se encontrava entre a multidão, o melhor público de festivais é o português, pois vibra, grita, sente desespero pela saudade deste tipo de atrações.
Passando para o Palco Heineken, destaque para os Lefty, com puro rock e quilos de atitude. Não é fácil ter-se a responsabilidade de abrir um festival e a banda conseguiu-o de forma exímia.
Sobre o concerto de Jungle, a opinião é geral: é uma boa banda para encerrar o final de tarde, a banda de feel good que pôs toda a gente a dançar com ou sem bebida na mão, que puxou pelo público e pela interação do mesmo, com sucessos como "Keep Moving" e "Casio".
Embora tenha ficado nas bocas do mundo por causa de FIFA para muitos, o grupo de electrónica inglês conquistou todos os que pelo Alive passaram e pararam para os ouvir. Aquela sensação de vibrar com o baixo, o bater do peito que sabe bem!
Sobre The Strokes as opiniões dividem-se totalmente. Se por um lado foram vários os fãs que saíram desiludidos e com a ideia de ter sido um dos piores concertos da história, apesar de a banda já ser conhecida por não ter as melhores atuações ao vivo, houve, por outro, aqueles que não se limitam a exigências e ficam agradecidos pela nostalgia que foi levada a palco, uma sensação de estar confortável em casa.
Julian Casablancas apresentou-se pouco sóbrio e pediu desculpas por não serem os Queen, num concerto que contou com algumas paragens e até a queda do microfone. Para quem não levava as expectativas altas, "You Only Live Once" e "What Ever Happened" foram bons sons a aproveitar, enquanto a voz do vocalista não falhou, como aconteceu mais para o final.
A noite encerrou com a inacreditável atuação de Stromae que, para muitos, salvou o dia, e demonstrou tudo aquilo que um verdadeiro showman deve ser.
Não é apenas pelas roupas, nem pela cara bonita; é a vibe, a presença, os instrumentais e os esquemas que nos ensinam as suas míticas danças. Quem não vibrou ontem ao som de "Tout les Memes" e de "Papaoutai" claramente não esteve no mesmo festival que o resto.
Uma versatilidade única, do sóbrio ao agitado, que fizeram desta estreia um concerto icónico e a não ser esquecido, principalmente por criar uma opinião tão unânime entre todos.
As atenções já estão viradas para o segundo dia, com altas expectativas para Florence + the Machine e Alt-J e conta-se com um recinto mais cheio face à abertura.
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