Bad Bunny - "Debí Tirar Más Fotos": Reggaeton, identidade e resistência

Com "Debí Tirar Más Fotos", o seu sexto álbum, Bad Bunny regressa ao som que o tornou uma estrela mundial, mas com um foco ainda maior na sua identidade porto-riquenha. O álbum reflete o orgulho, a nostalgia e a frustração do artista perante a gentrificação da sua ilha, enquanto reinventa o reggaeton e explora novos caminhos sonoros.

"Se em Un Verano Sin Ti" (2022) celebrou os sons caribenhos e em "Nadie Sabe Lo Que Va a Pasar Mañana" (2023) voltou ao trap, neste novo trabalho apresenta um projeto mais ambicioso e multifacetado. O álbum começa com "Nuevayol", onde afirma que reinará na pop através do reggaeton e do dembow, antes de seguir por territórios que vão do folk porto-riquenho ao house.

A diversidade sonora marca este álbum. "Baile Inolvidable" presta homenagem à salsa, enquanto "El Clúb" reinventa os ritmos de bomba e plena, fundindo-os com house. Em "Lo Que Le Pasó a Hawaii", Bad Bunny denuncia a perda da identidade porto-riquenha devido à gentrificação, misturando música folclórica com sintetizadores eletrónicos. O álbum inclui também reggaeton clássico, como "Eoo", produzida por Tainy, e "Perfumito Nuevo", com elementos eletrónicos e participação de RaiNao.

Há ainda espaço para temas mais introspectivos. "Turista" expõe a vulnerabilidade emocional do artista, enquanto "La Mudanz" conclui o álbum com uma homenagem à sua família e à resistência do povo porto-riquenho, ao ritmo vibrante da rumba.

Com "Debí Tirar Más Fotos", Bad Bunny reafirma-se como o maior nome da música latina. O álbum presta homenagem à sua terra e assume-se como um grito de resistência contra a colonização cultural, ao mesmo tempo que reinventa o reggaeton e expande as suas fronteiras no mundo da música.

Ouça o novo álbum "Debí Tirar Más Fotos" completo abaixo