Burna Boy aquece MEO Kalorama: de início morno a final explosivo
No último dia do festival MEO Kalorama, Burna Boy, um dos maiores nomes da música africana atual, trouxe os seus ritmos de afrobeats e transformou o Parque da Bela Vista numa festa, terminando em apoteose.
Burna Boy regressou a Portugal para encerrar o Meo Kalorama com um espetáculo que começou de forma discreta, mas acabou por aquecer até à explosão final. Considerado uma força cultural na Nigéria e um dos mais bem-sucedidos artistas africanos da atualidade, o cantor nigeriano é um defensor do pan-africanismo e da solidariedade entre povos africanos e da diáspora, algo que ficou claro na forte ligação com o público, onde até bandeiras de Cabo Verde se destacavam nas primeiras filas.
O início do espetáculo foi marcado por uma produção visual grandiosa, com fogo, bailarinas e uma banda completa com mais de uma dezena de músicos, incluindo um saxofonista aplaudido com entusiasmo. Apesar de uma entrada impactante, a primeira metade do concerto foi marcada por um som um pouco mais baixo do que o esperado e uma batida suave, com temas como ‘Secret’ a aquecer lentamente a audiência, principalmente com a participação feminina.
O ritmo começou a mudar com "For My Hand", uma colaboração com Ed Sheeran, e "Cheat On Me", onde Burna Boy partilhou a sua visão filosófica sobre a unidade entre o público e o artista. No entanto, foi na segunda metade que o espetáculo ganhou verdadeiramente vida, removendo qualquer apatia.
"Big 7" fez uma homenagem a Nova Iorque e ao falecido designer Virgil Abloh, enquanto a poderosa "It’s Plenty" levou o público a iluminar o recinto com os seus telemóveis. O momento alto da noite veio com o baixo pesado de "Kilometre" e a vibrante "City Boys". O concerto culminou com o êxito "Last Last", em que Burna Boy tentou, sem sucesso, criar dois circle pits, mas terminou com uma energia contagiante que garantiu uma despedida em grande.