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Imagem de apresentação de North Festival: Nelly Furtado de regresso a Portugal
Nelly Furtado / Paulo Pinho

North Festival: Nelly Furtado de regresso a Portugal

Nelly Furtado foi a cabeça de cartaz do último dia do North Festival. A artista luso-descendente de 45 anos, que não vinha a Portugal há 20 anos (desde o Euro 2004), não correspondeu às expectativas.

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Catarina Freitas
Jornalista
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Paulo Pinho
Fotógrafo
Segunda-feira, 27 de Maio de 2024, às 09:54

No último dia do North Festival, a 26 de maio, os festivaleiros puderam viver a folia de Salvador, ouvir o rap característico de Fortaleza, desfrutar do pagode de Brasília e dançar ao som do axé da Bahia. O encerramento ficou a cargo da canadiana de ascendência portuguesa, Nelly Furtado, que cantou em inglês.

O cartaz do último dia do North Festival foi claramente desenhado para atrair o público brasileiro. O recinto rapidamente se encheu de cores vibrantes, como o amarelo canário e o rosa choque, adornado com adereços brilhantes e uma alegria contagiante para celebrar a música.

O rapper Wiu foi o primeiro a subir ao palco principal, onde apresentou temas do seu álbum "Manual de Como Amar Errado", aquecendo o público para os concertos seguintes. O grupo Menos é Mais cativou os festivaleiros com antigos sucessos da música brasileira, onde animação e dança não faltaram. Bell Marques, o ex-vocalista do grupo de sucesso Chiclete com Banana, levou os festivaleiros ao êxtase com um vasto repertório que incluiu também covers de clássicos da música popular brasileira.

Cláudia Leitte, a próxima artista a subir ao palco, trouxe uma energia e vitalidade contagiantes. Era impossível não se deixar levar pelo ritmo, dançar e aplaudir, transformando Serralves numa miniatura de Salvador. A sua atuação foi um verdadeiro "comboio elétrico" de boa disposição e diversão. A plateia cantou bem alto alguns dos maiores sucessos da música popular brasileira, criando momentos que misturavam sorrisos de alegria e lágrimas de saudade. Embora a palavra saudade seja muito portuguesa, o sentimento é universal, e a numerosa comunidade brasileira presente não hesitou em expressar as suas emoções.

Nelly Furtado foi a cabeça de cartaz do último dia do festival. A artista luso-descendente, que não atuava em Portugal há 20 anos (desde o Euro 2004), não correspondeu às expectativas. Numa noite fria e ventosa, esperava-se que Nelly Furtado aquecesse o ambiente. O público permaneceu distante e a energia do concerto foi limitada. A cantora iniciou o espetáculo com 25 minutos de atraso, com "Say It Right" como a música de abertura, e a atuação durou apenas 55 minutos.

Um dos momentos mais aguardados foi a interpretação do hino "Força" (versão modificada), do Euro 2004, que se realizou em Portugal, com uma participação especial de Ana Moura. No entanto, a surpresa não correu como esperado, com Ana Moura a parecer sem preparação e sem interagir com o público. Apesar de alguns momentos animados com canções como "Maneater", "I'm Like a Bird" e "Promiscuous", a resposta do público foi morna. Muitos dos presentes não estavam ali especificamente para ver Nelly Furtado, mas sim os artistas brasileiros que atuaram antes dela.

Nelly Furtado intercalou entre português e inglês durante o concerto, agradecendo ao público e expressando a sua alegria por estar de volta a Portugal. No entanto, a falta de retorno do público pareceu afetar a sua energia. Em resumo, Nelly Furtado, apesar dos seus esforços, não conseguiu aquecer o ambiente do North Festival, deixando uma sensação de que a sua "força" já não é a mesma de outrora. A 5ª edição do festival encerrou com um cartaz diversificado que atraiu cerca de 80 mil pessoas ao longo de três dias, deixando a promessa de um regresso em 2025.

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